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Zack Miller – Automação do marketing: um desafio para a indústria financeira

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Segmento está atrasado na adoção de ferramentas especializadas, mas o quadro começa a mudar com o surgimento de startups e de novos talentos

*Por Zack Miller, Diretor Executivo de Crescimento (Chief Growth Officer) da Fintech WEEL

Ser pioneiro na adoção de novas tecnologias não é exatamente uma tradição no setor financeiro. Isso está começando a mudar como resultado do surgimento de startups e de novos talentos de marketing oriundos de outras indústrias, trazendo consigo boas práticas ainda pouco usadas nesse segmento. Há uma clara evolução ocorrendo e nota-se que estas empresas estão incorporando cada dia mais ferramentas de automação de marketing ao seu stack tecnológico.

A automação de marketing, muito usada no setor de comércio eletrônico, é, na verdade, o sonho de qualquer empreendedor. E é muito popular entre as startups: 67% dos diretores de marketing afirmam utilizar ferramentas de automação.

Assim, em vez de empregar diversos especialistas dessa área, uma empresa de serviços financeiros pode programar a maioria de suas ações, de forma a responder às necessidades de seus clientes atuais e potenciais.

Plataformas de automação de marketing como Marketo, Pardot e Hubspot são algumas das que estão em franco crescimento nos últimos tempos.

A terra prometida do marketing automatizado
Grandes instituições financeiras enfrentam muita tensão ao empregar o marketing de massa. Para agilizar suas operações e reduzir os custos, essas empresas categorizaram seus clientes e enviam mensagens similares a todos que se agregam em uma mesma categoria. Essa não é uma boa segmentação, mas oferece ROI positivo.

O detalhe é que os clientes respondem melhor a comunicações, experiências e ofertas que sentem serem direcionadas diretamente para atender às suas necessidades – e a automação de marketing permite o envio de mensagens personalizadas em grande escala.

“Todos queremos transmitir a mensagem certa para o público-alvo certo e na hora certa, e ferramentas de automação de marketing podem nos ajudar a determinar os interesses dos clientes com base nas suas ações e enviar a resposta correta, consistente e com o tom da empresa”, afirma Christian Hughes, presidente da Cutwater, uma agência de criação em São Francisco (EUA).

Segundo ele, “em um setor como o de serviços financeiros, com tanto ceticismo por parte dos clientes, a automação de marketing pode ajudar as instituições a oferecer algo de valor para as pessoas no momento justo, ajudando a criar uma relação de confiança entre a empresa e seus clientes”.

Automatizando mensagens utilizando Omnichannel
Uma opção para o bom uso da automação de marketing é a pontuação de leads, que qualifica os prospects de uma empresa de acordo com os interesses que o negócio acredita serem demonstrados pelos clientes. Segundo as regras definidas na automação, o próprio sistema enviará um e-mail ou fará uma chamada para um cliente potencial quando este atinge uma pontuação específica.

“As instituições podem, por exemplo, parar de enviar mensagens para pessoas que nunca respondem a elas”, afirmou Joel Lee, especialista de Marketing na Trumpia, uma plataforma de automação de marketing via SMS. Isso garante que clientes potenciais não serão incomodados com temas que não são de seu interesse.

Outra maneira de usar a automação de marketing é realizando uma segmentação inteligente, de acordo com o setor, os interesses ou o histórico comportamental de cada cliente. Assim, um banco pode enviar um lembrete automático para aqueles que sempre atrasam pagamentos, por exemplo.

A automação também pode otimizar canais de comunicação de acordo com as preferências de sua base. Lee, da Trumpia, afirma que com esse método 98% das mensagens de texto são de fato lidas. Ou seja, enviar por meio de canais específicos ajuda a garantir que os clientes atuais e potenciais lerão a mensagem enviada.

Regulamentações colocam um desafio
Como acontece com qualquer nova tecnologia, o setor financeiro tende a abordar a automação das ações de marketing com ceticismo. Observam muito antes de adotá-la, o que faz sentido, já que esse é um setor repleto de regulamentações. O uso de informações pessoais pode ser um grande obstáculo para estas soluções.

“Um dos maiores desafios de qualquer setor regulamentado como o financeiro é conseguir expandir as operações ao mesmo tempo em que implementa os controles necessários para proteção de dados”, assinala Matt Heinz, da Heinz Marketing, uma agência especializada em automação de Marketing B2B.

“Isso significa ter um grande controle sobre os dados de clientes, definindo desde o que será compartilhado até a forma como serão integrados. Em outras palavras, as empresas da área financeira precisam expandir o uso das tecnologias de marketing sem perder de vista sua prioridade na manutenção de controles de segurança”, acrescenta ele.

Porém, controle e proteção de dados não é a única dificuldade enfrentada pelas empresas financeiras: anos de atraso tecnológico e plataformas antigas dificultam a comunicação entre todos os sistemas internos. Os dados são armazenados isoladamente em diferentes locais, dificultando a tarefa de traçar perfis com precisão.

“Um dos maiores desafios que enfrentamos nos setores de serviços financeiros e de Fintech é a falta de integração de dados, seja por motivos tecnológicos, regulatórios ou de conformidade”, situa Andrew Becks, o cofundador e COO da 301 Digital Media, uma agência de marketing digital em Nashville (EUA).

“Isso dificulta muito o uso de dados de clientes para objetivos de marketing, em comparação com setores menos regulamentados, onde dados pessoais são tratados com menos complexidade. Essas empresas se sentem muito mais confortáveis com a ideia de usar dados de transações de seus clientes para objetivos de marketing”, observa o executivo.

Inteligência Artificial é a nova realidade
As regras de automação devem ser escritas por uma pessoa. Equipes de marketing gastam muito tempo criando experiências para seus clientes, variáveis “se-então” e regras por trás da automação de marketing. Se por um lado o processo elimina a necessidade do “marketing push”, por outro as novas tecnologias de Inteligência Artificial (IA) reduzem a necessidade de supervisão humana.

Já existem no mercado ferramentas de automação de marketing controladas por IA prontas para o setor de serviços financeiros. Cerca de 50% dos diretores de marketing já as utilizam, e outros 25% planejam realizar um piloto dentro dos próximos dois anos. Além disso, quase 75% dos profissionais mais bem-sucedidos disseram que utilizam tecnologia de IA em seus planos de marketing, segundo a Salesforce.

Ferramentas pioneiras como Kasisto, Drift e Personetics se focam no fornecimento de tecnologia que conversa com clientes potenciais visitando o website de uma empresa, como se fosse um representante de vendas real. De acordo com a situação, a IA pode encaminhar a conversa para um representante de atendimento humano.

Seja como for, o setor de serviços financeiros ainda não chegou perto desse ponto. No entanto, quanto mais empresas adotarem ferramentas para oferecer mensagens personalizadas em grande escala, mais essas plataformas empregarão algum tipo de IA para otimizar seus processos.

*Zack Miller é Diretor Executivo de Crescimento (Chief Growth Officer) da Fintech WEEL, empresa que mantém cientistas de dados implementando modelos de concessão de crédito a partir de análises financeiras de ponta e Inteligência Artificial.

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Quais são os ingredientes para uma marca atingir relevância no mercado?

Publicado

em

*João Brognoli

Já é consenso de que não existe uma receita para o sucesso no mundo dos negócios. Nenhuma fórmula mágica que, se seguida corretamente, garante que uma empresa será relevante ou bem sucedida em seu mercado de atuação. Cada empreendedor ou gestor precisa saber, desde cedo, a necessidade de encontrar e construir o seu próprio caminho. No entanto, há ingredientes chaves que serão fundamentais para elaborar essa história.

Para ser relevante, invariavelmente uma companhia precisa passar por um processo de construção da autoridade. Nada confere maior peso à relevância de um negócio do que o estabelecimento de uma reputação positiva que abarca todos os aspectos associados à marca. A estruturação do posicionamento como referência em seu setor de atuação se dá por diferentes caminhos, passando desde a indicações e conquistas em premiações de mercado, pela presença de forma constante e qualificada na imprensa, até a produção de conteúdos relevantes e atualizados nas redes sociais. Tais esforços, combinados, podem conferir à empresa um protagonismo inquestionável em seu segmento.

No entanto, é preciso entender que a autoridade por si só é insuficiente sem o elemento vital da entrega de resultados. Independentemente do setor ou do tamanho da corporação, é impraticável preservar uma posição relevante no mercado sem atender às expectativas e demandas dos clientes e parceiros. O sucesso de uma marca é frequentemente medido pelo valor que ela entrega, refletindo diretamente na sua capacidade de gerar números tangíveis e satisfatórios. Se a produção não estiver coerente com o que é esperado, todo o resto à volta irá desmoronar, uma hora ou outra.

Pilares fundamentais

Apesar da ausência de uma fórmula definitiva para a conquista da relevância, é inegável que a construção de autoridade e a entrega de resultados são elementos fundamentais. Contudo, tais elementos estão longe de operarem de forma isolada. Na verdade, eles atuam muito mais como peças de um quebra-cabeça que se encaixam para gerar relevância e êxito de um negócio. Nesse sentido, costumo dizer que existem quatro pilares fundamentais que sustentam a autoridade e os resultados de uma empresa: vendas, gestão, performance e cultura.

As vendas representam a essência do negócio, pois são responsáveis por gerar receita e impulsionar o crescimento. Já uma gestão eficaz garante que os recursos sejam alocados de forma estratégica, os processos sejam otimizados e os objetivos obviamente alcançados. A performance, por sua vez, refere-se à capacidade da corporação em executar suas operações com excelência, mantendo altos padrões de qualidade e eficiência. Complementando tudo isso, a cultura organizacional molda todo o ambiente de trabalho, influenciando o comportamento dos colaboradores e a maneira como é conhecida, tanto interna, mas principalmente externamente.

Alcançar o equilíbrio dos pilares permite que uma companhia estabeleça uma base sólida, não apenas para manter sua autoridade, mas também para garantir resultados consistentes e significativos. Cada fator, atuando em harmonia com os demais, cria um ecossistema empresarial resiliente e adaptável às dinâmicas do mercado.

Sucesso por diferentes olhares

Da mesma forma que não existe um modelo único para se tornar relevante, é preciso sempre ter em mente que também não há uma única forma de sucesso. Existe, por exemplo, empreendedor que deseja ter sucesso financeiro e não tem interesse em ter uma posição de destaque na mídia, enquanto outros preferem assegurar o reconhecimento midiático do que um faturamento tão expressivo.

Independentemente dos objetivos específicos, é essencial que os empreendedores tenham uma definição clara do que constitui o sucesso para sua organização. Até porque, só é possível saber como chegar num objetivo após ter ele muito bem definido. Tal clareza facilita a escolha de estratégias e ferramentas adequadas, como as metodologias OKR, que proporcionam uma estrutura perceptível para a organização e acompanhamento de metas, alinhando toda a empresa em direção a um propósito comum.

Embora não exista um manual para a busca da relevância, a combinação de construção de autoridade, entrega de resultados e o fortalecimento de pilares estratégicos é uma receita que tende a ser extremamente saborosa. Apesar dos ingredientes serem muitas vezes compartilhados entre os empreendedores, o modo de preparo é que irá verdadeiramente trazer um toque diferente ao negócio. E hoje é o grande desafio das marcas que almejam notoriedade no mercado.

*João Brognoli – CEO e fundador do Grupo Duo&Co

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Governança digital é o pilar invisível por trás de uma boa campanha de marketing

Publicado

em

*Adalberto Generoso

Não é de hoje que as empresas passaram a realizar mudanças bruscas em suas campanhas de marketing. Atualmente, companhias de praticamente todos os segmentos estão apostando em metodologias impulsionadas por novas tecnologias e formatos para colocar essas ações em prática, visando um crescimento acelerado no mercado.

É dentro dessa realidade que a governança digital emerge como um pilar fundamental para o sucesso de qualquer negócio.

Mas, para entender essa importância, precisamos recapitular um pouco a principal finalidade das campanhas de marketing: atrair a atenção do público-alvo diante da abundância de canais e conteúdos. Trata-se de um grande desafio, que pede por alguns protocolos.

O maior deles é a necessidade de reunir materiais digitais em uma só plataforma de maneira organizada e estruturada, permitindo que o acesso aos arquivos seja controlado e mapeado, de modo que a empresa domine o uso de imagens, vídeos, apresentações, documentos, dentre outros elementos.

Assim, o time de marketing poderá ter uma visão ampla do seu campo de ação, executando com uma maior precisão projetos que tragam valor ao negócio. Ou, em outras palavras, campanhas impactantes que conversam com o cliente e geram a conversão.

Como uma plataforma DAM contribui para a governança digital
De todos os modelos e soluções presentes no mercado que podem ajudar uma marca a alcançar a governança digital, o DAM (Digital Asset Management) se destaca. A partir do momento que uma plataforma como essa se torna o acervo histórico da empresa, todos os seus materiais de comunicação são armazenados e distribuídos de modo seguro e assertivo.

Primeiramente, esse benefício se deve à sua capacidade de estabelecer padrões de segurança rigorosos. Todas as atividades que estão sendo realizadas dentro dos sistemas das companhias são controladas integralmente, o que não apenas garante um tratamento adequado dos arquivos, como também impulsiona a eficiência operacional e o levantamento de insights estratégicos.

Por exemplo, se olharmos para profissionais de marketing que possuem um salário médio de R$ 5 mil e uma carga horária de trabalho de 160 horas/mês, com uma plataforma de gestão de ativos digitais, a empresa pode economizar cerca de 80% do tempo e R$ 7 milhões nos processos de produção de campanhas. Consequentemente, os projetos tendem a trazer um Retorno Sobre Investimento (ROI) maior, podendo chegar a até 200%.

Inclusive, um relatório do Mordor Intelligence demonstra que as organizações estão atentas a esses atributos. A estimativa é que o mercado de DAM atinja cerca de US$ 5,2 bilhões este ano e dobre até 2029, trazendo uma taxa de crescimento anual de mais de 15,2%.

Vantagens de incorporar a IA ao DAM
Ao debatermos o setor de marketing na atualidade, também não podemos deixar de pensar na Inteligência Artificial (IA), principalmente no que se diz respeito às IAs Generativas. Essa tecnologia vai auxiliar cada vez mais as equipes de marketing a olharem para além do óbvio e, de fato, atribuírem à marca uma personalidade forte em suas campanhas.

Basicamente, em um futuro próximo, a tecnologia será capaz de criar conteúdos de base qualificados, permitindo que os profissionais tenham tempo para pensar “fora da caixa” e executem planos de ação complexos. Por outro lado, isso só será possível se esse recurso obter acesso a uma base histórica estruturada e categorizada da empresa.

Estamos falando de campanhas antigas, publicações, imagens de produtos ou qualquer outro material de comunicação que possa ser útil para o processo criativo de novos projetos. É nesse sentido que a incorporação dessa tecnologia ao DAM entra como um divisor de águas.

A plataforma já qualifica todos os ativos digitais da empresa, possibilitando que, eventualmente, uma IA Generativa seja utilizada de forma alinhada aos seus objetivos. Logo, cria-se um ciclo de produção organizado e consciente, sem um uso limitado desse recurso tecnológico.

Essa é a prova definitiva de que a governança digital não é só um conceito abstrato, mas sim um alicerce por trás das campanhas de marketing bem-sucedidas. Implementar as respectivas tecnologias corretamente – inclusive com a ajuda de parceiros especializados – deve ser uma das prioridades das marcas que pretendem construir crescer de maneira sustentável na realidade atual.

*Adalberto Generoso – Cofundador e CEO da Yapoli, referência em gestão de ativos digitais do Brasil.

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