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O que as empresas e pessoas, unidas e engajadas, estão nos ensinando?

Publicado

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Por Natasha Caiado

Se estivéssemos em um momento comum, estaríamos falando dos resultados do final do primeiro quarter, do inverno aqui acima do Equador, dos eventos de início de primavera na Europa, o SXSW em Austin e suas novidades disruptivas, IMEX de Frankfurt onde o mundo mostra novos destinos e antigos exibindo lançamentos e inaugurações.  O Mobile de Barcelona reunindo tudo de telefonia móvel mundial. Alguns salões de Automóveis globais, os programas de incentivo…Mas, por conta da pandemia, está tudo cancelado!!

Enquanto algumas empresas estão usando a crise como cortina de fumaça para fechar as portas e proteger seus ativos e margens de lucro, outras estão usando a crise para expor seu propósito, retribuir de volta à sociedade, de alguma maneira, o bem que eles nos fazem.

Os propósitos estão ficando claros com o instinto de sobrevivência tão aflorado. Tanto das pessoas quanto das empresas. Estamos todos com a saúde em risco e isso me faz lembrar a Pirâmide de Maslow: Estamos todos na base, com medo, inseguros e precisamos aflorar nossos instintos. 

Alguns bons exemplos de reinvenção: O Magazine Luiza virando uma Amazon, possibilitando que pessoas tenham ganho com revenda de produtos. As indústrias de beleza unindo esforços para dar suporte aos salões de cabeleireiro e seus profissionais. A Lacta arriscando sua Páscoa pedindo para pessoas ficarem na toca ao invés de estimular vendas, tão promissoras nessa época do ano. A Claro abrindo seus serviços e produtos para uso de todos, possibilitando home office e tantas outras empresas abrindo mão de possíveis aumentos na lucratividade para o bem da humanidade. 

Recebi até vaquinha para mateiros do Rio de Janeiro. Como disse, nossos clientes corporativos estão “mostrando a cara”. Seu posicionamento ético em relação ao mundo, os seus reais valores, olhando de frente para essa nova geração de consumidores conscientes e engajados, que consomem valores e princípios, antes dos produtos. Boa sorte aos bons!!

Aqui nos Estados Unidos, não está diferente do Brasil. Só um pouco mais adiantado. Eu peguei o lockdown quando estava na Itália. Estava com o Randy Gussin, especialista nova-iorquino em gastronomia – Epicurista, desenvolvendo o produto de eventos/MICE de Epicurismo. Estávamos em visita técnica fechando os detalhes com parceiros, quando o Corona atingiu Veneza e tivemos que sair para a Suíça e França às pressas, fugindo dos lockdowns europeus. Peguei a primeira onda lá, depois aqui na California, o primeiro estado americano a fechar as portas e agora vejo o Brasil, onde tenho uma equipe trabalhando. 

Nem falo nos impactos, pois nossa indústria foi quem mais sofreu. Mas não estamos demitindo. Usamos o tempo para arrumar a casa, realizar war rooms que aprofundam conceitos e teorias para que os planejamentos saiam amarradinhos do forno quando essa loucura acabar, e, virtualmente, visitamos todos os parceiros para estruturar as futuras entregas. 

Meus parceiros de MICE (Meetings, Incentives, Conventions and Exhibitions) também estão parados. Tanto americanos quanto europeus. Temos war rooms internacionais também, semanalmente onde descobrimos o que os governos estão preparando para os empresários não quebrarem e como o mercado tem se organizado. 

Em países de base mais socialista como a França e Alemanha, os incentivos e regras do governo estão agindo como parceiros mesmo. Entram junto com as proibições de sair nas ruas. 135 euros na primeira multa na rua sem autorização do estado, a segunda aumenta para 3 mil euros e a terceira vez, cadeia de 3-12 meses. E fazer evento para mais de 2 pessoas, a multa é de 20 mil Euros para os organizadores, além de 200 para cada participante.  Mas em contrapartida, as empresas estão recebendo dinheiro dos governos, cheques mesmo. Além de muitos incentivos fiscais para não demitirem. 

Ações reais, como se fosse socio minoritário dando aporte. Ações bonitas vidas de sociedades que não necessariamente historicamente investem em geração de divisas, mas em distribuição delas.   

Com tantos exemplos, tantas experiencias desde a China até o ocidente e estando com semanas e meses de “best practices” à frente, Brasil deveria tirar vantagem desse delay e não ir na tentativa e erro, já que pode seguir exemplos de tentativas e erros anteriores, não é?

Mais do que nunca rezo para que realmente Deus seja Brasileiro!!

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Com metaverso e retomada dos eventos presenciais: um “novo mundo” para a indústria de entretenimento está nascendo

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Por Natasha de Caiado Castro*

Meu avô fazendeiro falava que oportunidade era um cavalo que passava selado. Quem enxergava, pulava em cima. E assim vejo Metaverso para a indústria de entretenimento, tão tão tão sofrida nesta pandemia: temos um mundo de realidade virtual nascendo. E ele já surge com fãs e haters. Se artistas nos palcos terão avatares dentro da sua casa, aproximando-os da sua base de público – o que com certeza será amplamente explorado pelos influencers – ou se haverá novos modelos de arte e entretenimento também sendo criados “as we go” ainda são incógnitas.

De fato tudo isso é tão novo que ainda não conseguimos ter a imagem clara nem a curto, muito menos a longo prazo, mas temos que levar em conta que esse ecossistema de artistas, técnicos e serviços está sendo desenhado agora e quem está antenado vai ajudar a formatar esse “novo mundo”. Resumindo, quem sair do quadro de “senta-e-chora” , passa a ser protagonista da história.

Foi assim quando o cinema chegou e quebrou o paradigma do circo-ópera-teatro, sendo absolutamente criticado pela sociedade da época. Passou pelo mudo no processo de amadurecimento e temos aí uma das artes mais sólidas e fortes hoje. E foi o ícone da música eletrônica Jean Michel Jarre que me contou seu ponto de vista e mudou minha opinião que também estava fixada no Mark Zuckerberg brincando com seu avatar.

Aqui cabe ainda lembrar que o poeta Oswald de Andrade, a pintora Tarsila do Amaral e todas da patota modernista foram chamados de bagunceiros e revolucionaram a literatura e as artes. E como esquecer  a geração perdida com Ernest Hemingway e a chegada do Jazz? Tudo incomodou bastante, mas veio para ficar!

Agora, o bacana mesmo e que fez cair um cisco nos olhos foi ver no palco da edição 2021 do Web Summit, realizado neste início de mês em Lisboa, os centenas de produtores, técnicos e voluntários, todos os personagens de eventos, se abraçando orgulhosos por terem colocado os 42.751 pessoas dentro da cidade montada para receber após dois anos palestrantes e audiência presencialmente. Sabe aqueles momentos que arrepiam, que a emoção é tão grande que transborda e atinge até quem está na plateia? Galera de garra que apostou alto, certamente ouviu muita bobagem desanimadora  e não se deixou abater.

O Summit foi lindo e seguro, uma delícia. Assim como uma semana antes foi o Utopiales, em Nates (França), maior festival de ficção científica do mundo e onde fui buscar inspiração para projetos de experiências corporativas.  Por lá estiveram 50 mil pessoas, seguindo todos os protocolos de cuidado com máscaras e carteiras de vacinação, para aproveitar os dias de muito intercâmbio intelectual (me vi discutindo Durkheim e universo digital com filósofos, escritores e antropólogos durante o jantar).

O mundo está abrindo com um monte de oportunidades. E o copo pode estar meio cheio ou meio vazio… Qual é a sua tribo?

 

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A volta à vida no Vale do Silício

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A volta à vida no Vale do Silício

Estamos em julho de 2021, Califórnia, Estados Unidos. Nas próximas linhas, pretendo fazer uma prévia sobre o que deve acontecer com o mundo nos próximos meses. Espero estar certa nessa radiografia.

No Vale do Silício, mais de 80% da população já está vacinada contra a covid-19. Ainda há quem seja contra a vacinação – algo em torno de 25% – mas a boa notícia é que já atingimos a imunidade de rebanho. Com isso, não é mais obrigatório o uso de máscaras e nem fazer distanciamento.

Na região, o mundo está voltando ao normal, porém um normal diferente, mais intenso, no qual as pequenas coisas estão supervalorizadas. Pessoas que nunca se viram se cumprimentam, sorriem umas para as outras, se parabenizam pelas pequenas vitórias e ficam emocionadas com facilidade.

A piscina pública que eu frequentava abre as portas na próxima semana. Isso significa o retorno da prática de exercícios físicos após 18 meses sem treinar. Nadar sem máscaras – claro! – e dividindo as raias. Eu odiava ter que dividir a minha, mas agora estou na contagem regressiva para isso acontecer.

Será que era preciso a chegada de um vírus mortal para aterrorizar nossas vidas e nos fazer acordar para valorizar o que sempre teve valor? Mas não é por esse ponto que eu escrevo esse artigo. Quero contar mais sobre a retomada das atividades no Vale do Silício, como é um dia normal no cotidiano dessa região.

No café é que brotam as ideias

Oito da manhã. Sentada em um café para participar da primeira reunião com o Felipe, sócio de uma das empresas de educação mais disruptivas atualmente no Brasil e que é nossa parceira. Que orgulho dessa moçada que veio para “quebrar tudo”, tanto no Vale quanto no Brasil. Por aqui é costume fazermos esses encontros nos cafés. Após vários goles da minha bebida quentinha, embalada pela narrativa de retomada das atividades, fico sabendo que eles logo estarão na mídia no Brasil. Já me deixou muito feliz!

Na sequência, passada rápida ao supermercado para comprar algumas coisas que estão faltando, um pulo na Universidade de Stanford e depois almoço com duas grandes figuras do Vale. Laura, que é uma das líderes responsáveis pela área educacional das escolas públicas da Bay Area, e Sherry, advogada que atuava em Davos e prefeita de uma das cidades mais charmosas da região.

Na pauta de nossa conversa, a abertura da Europa para as nossas próximas viagens de estudo. Nós fazemos parte de uma associação de arqueologia e estamos  desesperados para voltar aos sítios arqueológicos. Porém, as fronteiras ainda estão fechadas.

No entanto, o que nos deixa animados é que já temos como pensar em datas e perspectivas concretas sobre esse retorno, o que é muito mais do que tínhamos há 18 meses. Acho que sou a única do grupo que não é aposentada. Muitos deles aproveitaram o momento e penduraram as chuteiras da vida profissional para se dedicar à sua paixão por arqueologia.

Na parte da tarde, seis mulheres que integram um grupo de investidores e de startups brasileiros, que não se encontrava desde o início da pandemia, elegeu a mesa de um restaurante para retomar seu “tricot” sobre as novidades. Na pauta, além de maquiagens, o assunto mais importante: como os nossos negócios lidaram com a covid.

Todas estão se mexendo para surfar essa retomada. A Debora e a Heloísa estão prestes a revolucionar a indústria da moda com a BePop, uma startup que desenvolveu uma plataforma que usa tecnologia para transformar desenhos dos filhos em roupas lindas. Já a Mirelly está bombando com a Verbena – a Daslu das flores, disruptiva na entrega, no charme e no escopo do negócio – agora com presença em São Paulo e no Rio de Janeiro. Já a Lona fundou a Education Journey, uma startup de educação que nasceu durante a pandemia, recebendo investimentos de todos os lados e está revolucionando o ensino corporativo.

A Ellen percebeu, durante a conversa, uma oportunidade de fazer o “landing”  de produtos nos Estados Unidos. Todas deram palpites no negócio de cada uma e voltamos para casa com ideias trocadas, testadas e prototipadas. Um business plan, que normalmente demora um ano para ser feito, no Vale é desenvolvido em um guardanapo durante a conversa em um café e passa para a próxima fase em poucos dias. Essa é a pegada de funcionamento do Vale.

Reaquecendo os motores

Na Wish International, estamos neste momento saindo gradualmente do estado de hibernação. Uma empresa que faz eventos internacionais e tem clientes brasileiros como maioria esteve no lugar errado na hora errada durante a Covid. Mas nunca deixamos de acreditar na demanda reprimida. Por isso, não demitimos ninguém e nem desplugamos parceiros que trabalham em nossos quatro escritórios instalados em três continentes.

O Vale do Silício sofreu bastante com a pandemia. Muitos parceiros deixaram a região, mas foram semear disrupção e inovação pelo mundo. E vejo novas pessoas e empresas chegando, com novas ideias pulsando nas veias. Se elas tiverem a mente aberta e a alma generosa, o “novo” Vale do Silício deve abraçar, inspirar e “vitaminar” essas ideias. E eu estou muito curiosa para acompanhar os próximos capítulos desse cenário.

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