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Ana Paula Andrade – Do apocalipse à relevância que leva os clientes até os espaços físicos na era digital

Publicado

em

*por Ana Paula Andrade

Veja como a dinâmica do consumo é algo de extrema incerteza: durante o primeiro dia de Retail´s Big Show 2019, em Nova Iorque, Chris Baldwin, presidente da National Retail Federation (NRF) afirmou que o varejo deve apresentar um crescimento de 5% ao ano nos períodos que vem pela frente. A declaração claramente contradiz o que foi trazido na edição de 2016 do evento, em que a mesma instituição que preside praticamente decretou o fim desse mercado comparando-o a um apocalipse. A questão é que nenhuma das duas conclusões está errada. O universo varejista que chega ao futuro não é necessariamente o mesmo que nós conhecíamos no passado.

É assim que surge espaço para um personagem controverso e interessante no palco principal, Lee Peterson, EVP da WD Partners. Ele não apenas nos abre os olhos para o momento do varejo, mas também sobre possíveis saídas para a realidade que é vivida.

O consenso de que o varejo como conhecemos acabou é visível na fala de todos os palestrantes. Conforme dados citados, em 2018 o tráfego diminui 10% em shopping centers enquanto as vendas do e-commerce americano cresceram 25%. Se considerarmos as compras por meio dos smartphones durante a Black Friday nos Estados Unidos, os números passaram de US$1 bilhão em 2017 para R$2 bilhões no ano que passou. Também é sabido que 50 milhões de dispositivos equipados com assistentes virtuais como Amazon Dot, Google Home ou Home Pod (da Apple) foram comercializados.

“A guerra acabou”, diz Scott Malkin, chairman da Value Retail. “O Alibaba ganhou. Isso significa que o varejo físico não é mais sobre a distribuição de mercadorias, mas sobre a criação de valor de marca.” É por isso que Lee Peterson nos lembra que hoje “as pessoas não precisam mais ir às lojas, elas devem querer ir até elas.”

Uma afirmação parece bastante otimista: 64% dos consumidores dizem que visitariam centros comerciais com mais frequência. Mas, a dúvida é: para quais atividades esse consumidor digital visitaria o que hoje conhecemos como centros comerciais?

De acordo com uma investigação gerada pela WD Partners, a maioria deles visitaria mais esses espaços caso se tornassem lugares ligados à recreação com um ingrediente constante: a gastronomia e seu ecossistema. Isto é, eles visitariam mais esses locais se houver as seguintes transformações:
• Food Hall, que ao contrário das praças de alimentação lotadas com fast food, é composto por várias pequenas lojas boutique ou restaurantes assinados por chefs de cozinha com uma proposta diferente a oferecer para o mercado gastronômico.
• Mercados de Agricultores, um espaço dedicado ao comércio de orgânicos com destaque para o que é produzido localmente.
• Armazém, onde é possível tanto encontrar produtos gourmet quanto incentivar a produção local.

Vale aqui uma referência: o mercado gastronômico nos EUA passou de quase U$4 bilhões em 2014 para US$8 bilhões em 2018.

“Nós amadurecemos de fast food para comida de qualidade. Não é uma coincidência que a gastronomia esteja aparecendo em todos os principais bairros”, comenta Jessica Goldman, CEO da Goldman Properties.

“Muitos varejistas esperam que a maioria das encomendas do comércio eletrônico seja realizada a partir das lojas físicas ao longo dos próximos cinco anos, especialmente considerando a exigência do consumidor para entrega rápida”, argumenta Dana Telsey, CEO e Chief Research Officer da Telsey Advisory Group (TAG).

De tudo isso, cinco são os fatores que precisamos ter mente para as estratégias atuais de consumo:
• O varejo que conhecemos muda a todo tempo;
• Os centros comerciais têm uma oportunidade ligada a espaços recreativos, responsabilidade social e gastronomia;
• Interações humanas são fundamentais para a geração de experiências;
• Os espaços físicos nos ajudam a gerar valor de marca;
• Os colaboradores de atendimento ao cliente são cada vez mais relevantes, tornando-se embaixadores claros das marcas.

*Ana Paula Andrade é country manager da Marco Marketing no Brasil,
operação brasileira da multinacional que há mais de 20 anos se dedica a planejar,
gerenciar e executar estratégias de marketing de consumo no varejo e canais de distribuição em toda a América Latina.

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Muito além do brinde: o live marketing cria conexões

Publicado

em

*Maíra Holtz

Elaborar um canal de comunicação entre consumidores e marcas não é fácil. O desafio pela atenção do cliente é grande e, muitas vezes, o relacionamento com o público não é assertivo devido a utilização de estratégias erradas.

Assim, os brindes promocionais não devem ser vistos apenas como um agrado para os clientes, pois representam uma forma de fidelizar o consumidor e reforçar a imagem da marca. Com o mundo digitalizado, uma experiência sensorial – que faça o consumidor vivenciar algo diferente – gera resultados assertivos.

Em uma de suas ativações, a Gomes da Costa criou uma praia na Av. Paulista para ativar a campanha “Pesque pelo Nome”. Muito além da distribuição dos brindes (com a lata de nome escolhido, sacola personalizada da marca e uma marmiteira), os visitantes puderam se divertir na pescaria e até descansar em um ambiente de praia no meio da maior cidade do país.

Os dados são aliados 

A entrega de um brinde deve ser estrategicamente pensada para se comunicar com o público alvo da marca. E a análise de dados, como comportamento de compra, demografia e histórico online – oferecidos por muitas plataformas – assim como o briefing da empresa, ajudam a desenvolver ações assertivas.

Um estudo conduzido pela Accenture mostrou que mais de 80% dos usuários estão dispostos a compartilhar suas informações, desde que, em retorno, recebam experiências mais personalizadas.

O monitoramento de métricas e dados relevantes garantem insights poderosos sobre a oferta e procura de serviços e produtos, possibilitando ao time de planejamento uma visão mais clara do mercado e dos consumidores.

Marketing de comunidade

Outra via que pode ser utilizada em ações de entregas de brindes é o marketing de comunidade, levando a marca a empregar a força de sua comunidade de fãs influentes para expandir a sua comunicação e promover o seu produto ou serviço de forma mais abrangente.

De acordo com pesquisa realizada pela MindMiners, 44% dos consumidores escolhem marcas que buscam compreendê-lo. Ou seja, as pessoas buscam não só pelo produto, mas também pela entrega, de acordo com seu posicionamento em determinados assuntos, preferências, práticas e valores.

No live marketing, muitas estratégias são complementares. Por isso, o planejamento traçado é fundamental para fortalecer o laço entre consumidor e marca. Seja com um brinde promocional bem pensado e elaborado, uma ativação ou um evento, o objetivo é que as pessoas tenham a oportunidade de conhecer, ao vivo, aquilo o que a marca tem a oferecer, seja em relação aos seus produtos e serviços ou seja no que ela acredita.

*Maíra Holtz – Sócia-diretora e fundadora da Estalo, agência de marketing 360º

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A cultura do SEO e o futuro do marketing digital em constante atualização

Publicado

em

*Marcos Alonso

Não é novidade que há um aumento de investimento no marketing digital nos últimos anos, registrando recentemente, aumento de 85% nos próximos cinco anos, segundo líderes entrevistados de 60 empresas da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru.

Inicialmente, por conta da migração de investimentos publicitários de canais tradicionais, como TV, revistas e jornais, para a área digital. Com o tempo, as ações se diversificaram ampliando as possibilidades de investimento em estratégias e ferramentas. Junto, há um aumento do custo de mídia em si, já que há mais gente competindo por mais atenção. Por outro lado, a profissionalização também pressiona estes custos pois envolvem profissionais e agências/consultorias especialistas nas diversas áreas do marketing digital para garantir o alcance dos resultados almejados.

Eu considero que o SEO é uma das ferramentas mais importantes pois promove ativos para a empresa, em que cada página gera tráfego e passa a comunicação correta, ocasionando resultados sem a necessidade de esforços contínuos sobre ela. Com o passar do tempo, são criados diversos destes ativos, o tráfego e resultados do site passam a ser mais estáveis, sem grandes picos ou depressões. Além disso, é um tráfego independente de outras plataformas e seu negócio não fica refém de políticas ou mudanças de regras, como pode acontecer nas plataformas da Meta ou até do Tik Tok.

Uma pesquisa recente mostra que 94% das empresas definiram a estratégia do marketing digital para o crescimento da marca, em que a produção de conteúdo é a principal ferramenta para atingir resultados. Com possibilidades infinitas como e-mail marketing, influenciadores, propagandas via diversas plataformas como Google e Meta Ads, inbound marketing e, obviamente o SEO, é possível gerar muitos indicadores de resultados em que é muito fácil se perder.

Notando ruídos na comunicação interna das empresas na área,  entendo ser fundamental, além das atualizações digitais, colocar o cliente no centro da tomada de decisões, criando nele uma cultura de SEO, trazendo as informações e estratégias para dentro da empresa para que todos participem ativamente da melhoria constante do site. Isto envolve treinar e educar o cliente das boas práticas de SEO, agir com liberdade e levar ao cliente oportunidades identificadas e trabalhar com foco na otimização contínua, baseada nos resultados das ações realizadas para comemorar vitórias e entender razões de insucesso.

Sendo um mercado que está em constante mudanças, 2024 promete grandes acontecimentos no digital. A IA chegou e mostra que pode ajudar em várias frentes e é uma ferramenta que facilita alguns processos. Mas ainda acredito que a humanização na comunicação é fundamental no desenvolvimento de conteúdos, definição de estratégias, acompanhamento e interpretação de resultados. Se deve ter um cuidado a mais na IA para gerenciamento de campanhas. Para campanhas médias e pequenas, com verba reduzida, nossa experiência é que quanto maior a automação, menos confiáveis os resultados.

Além disso, acredito que o foco direcionado em diferentes gerações, social commerce, chatbots e voicebots, conteúdo de áudio, short vídeos, entre outras ferramentas estarão em ascensão em 2024. Também aposta no Data Driven, uma das tendências do marketing, que tem seu conceito na gestão orientada na análise de dados para atingir cada público-alvo. Vai ficar cada vez mais difícil ganhar um posicionamento bom para páginas e palavras-chave porque a quantidade de conteúdo sobre qualquer assunto ou produto, já é enorme, imagine daqui a 5 anos. A importância de estabelecer essa cultura de SEO na empresa, estimulará resultados mais sólidos e crescentes.

*Marcos Alonso -Fundador da Curacautin, consultoria especializada em SEO, performance e marketing digital.

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