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Amarilis Pitty Sehbe – Operadoras precisam ser protagonistas na venda de conteúdos e serviços digitais, não apenas coadjuvantes

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Por Amarilis Pitty Sehbe*

Em meados dos anos 2000, a popularização dos telefones celulares trouxe consigo também a tendência de se oferecer serviços e conteúdos agregados à conta do usuário de telefonia móvel. Identificador de chamadas, jogos, músicas, vídeos, notícias, antivírus e até cursos de idiomas são exemplos dos chamados VAS (value added services), ou serviços de valor adicionado, na tradução em português. Mais do que uma fonte de entretenimento e informação aos usuários, o VAS costumava trazer uma representativa receita extra para as operadoras.

Este tipo de serviço foi a “menina dos olhos” das operadoras por muitos anos, mas foi perdendo força com o tempo, por dois motivos principais. Primeiro, porque houve um certo exagero no volume de ofertas e os clientes passaram a ser bombardeados com centenas de serviços que, de fato, não agregavam o valor que prometiam. Além de faltar qualidade e capacidade de engajamento, muitos desses serviços também não deixavam claro como seria realizada a cobrança do cliente, gerando certa confusão.

A chegada dos smartphones e das grandes lojas de aplicativos também, obviamente, contribuíram para a queda dos VAS. Neste novo formato, a dinâmica mudou de mãos. Se, antes, as operadoras escolhiam o que os usuários teriam acesso, agora, o enorme ecossistema de apps disponível faz com que os clientes escolham os aplicativos que querem, sejam de serviços ou entretenimento, entre milhares de opções.

O novo cenário veio acompanhado de uma péssima constatação para as operadoras: uma nova e imensa economia tinha sido criada – estima-se que a chamada “economia dos aplicativos” representará mais de US$ 6 trilhões até 2021 – e elas tinham sido deixadas de lado. Embora tenham o cliente nas mãos e todo um histórico de relacionamento com eles, as operadoras não lucram com as vendas de aplicativos e conteúdos feitas nas lojas de Apple e Google.

Isso beira o inadmissível em um momento em que operadoras de todo o mundo buscam, incansavelmente, novas fontes de receitas, devido à saturação do modelo que as remunerava pelo consumo de serviços de voz e pacotes de dados.

Porém, o surgimento de novas tecnologias para a integração de aplicativos e provedores de conteúdo às suas próprias plataformas, e para uma política efetiva de cobrança direta em conta (o chamado Direct Carrier Billing), já começam a criar um novo momento para as operadoras no que diz respeito à venda de serviços agregados, colocando no horizonte a possibilidade de voltarem a ser fortes nessa frente.

Além de oferecerem as ferramentas necessárias para cobrar o cliente diretamente em sua conta mensal, ou mesmo abater o valor de uma compra em créditos existentes, estas plataformas vêm auxiliando operadoras na avaliação do conteúdo e dos serviços que disponibiliza. O objetivo é garantir que as telcos ofereçam apenas serviços digitais com alta qualidade, relevância e engajamento, e que no fim das contas façam a diferença para o consumidor.

Se voltar o foco aos serviços agregados é um excelente negócio para as operadoras, pode ser ainda mais interessante para os provedores de conteúdo. Isso porque, além de disponibilizar ao seu usuário a comodidade de ser cobrado pelas compras no aplicativo diretamente em sua conta, ele passa a ter a possibilidade de alcançar também a grande fatia de consumidores brasileiros que são desbancarizados, e não têm cartão de crédito. Para se ter uma ideia, pesquisas mostram que cerca de 60 milhões de brasileiros não têm vínculo com instituições financeiras.

Nunca houve um momento tão oportuno para que as operadoras possam voltar a oferecer mais conteúdos de qualidade aos seus usuários, e sejam novamente protagonistas na venda de serviços digitais, não apenas coadjuvantes.

*Amarilis “Pitty” Sehbe é gerente geral da Syntonic no Brasil

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Muito além do brinde: o live marketing cria conexões

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*Maíra Holtz

Elaborar um canal de comunicação entre consumidores e marcas não é fácil. O desafio pela atenção do cliente é grande e, muitas vezes, o relacionamento com o público não é assertivo devido a utilização de estratégias erradas.

Assim, os brindes promocionais não devem ser vistos apenas como um agrado para os clientes, pois representam uma forma de fidelizar o consumidor e reforçar a imagem da marca. Com o mundo digitalizado, uma experiência sensorial – que faça o consumidor vivenciar algo diferente – gera resultados assertivos.

Em uma de suas ativações, a Gomes da Costa criou uma praia na Av. Paulista para ativar a campanha “Pesque pelo Nome”. Muito além da distribuição dos brindes (com a lata de nome escolhido, sacola personalizada da marca e uma marmiteira), os visitantes puderam se divertir na pescaria e até descansar em um ambiente de praia no meio da maior cidade do país.

Os dados são aliados 

A entrega de um brinde deve ser estrategicamente pensada para se comunicar com o público alvo da marca. E a análise de dados, como comportamento de compra, demografia e histórico online – oferecidos por muitas plataformas – assim como o briefing da empresa, ajudam a desenvolver ações assertivas.

Um estudo conduzido pela Accenture mostrou que mais de 80% dos usuários estão dispostos a compartilhar suas informações, desde que, em retorno, recebam experiências mais personalizadas.

O monitoramento de métricas e dados relevantes garantem insights poderosos sobre a oferta e procura de serviços e produtos, possibilitando ao time de planejamento uma visão mais clara do mercado e dos consumidores.

Marketing de comunidade

Outra via que pode ser utilizada em ações de entregas de brindes é o marketing de comunidade, levando a marca a empregar a força de sua comunidade de fãs influentes para expandir a sua comunicação e promover o seu produto ou serviço de forma mais abrangente.

De acordo com pesquisa realizada pela MindMiners, 44% dos consumidores escolhem marcas que buscam compreendê-lo. Ou seja, as pessoas buscam não só pelo produto, mas também pela entrega, de acordo com seu posicionamento em determinados assuntos, preferências, práticas e valores.

No live marketing, muitas estratégias são complementares. Por isso, o planejamento traçado é fundamental para fortalecer o laço entre consumidor e marca. Seja com um brinde promocional bem pensado e elaborado, uma ativação ou um evento, o objetivo é que as pessoas tenham a oportunidade de conhecer, ao vivo, aquilo o que a marca tem a oferecer, seja em relação aos seus produtos e serviços ou seja no que ela acredita.

*Maíra Holtz – Sócia-diretora e fundadora da Estalo, agência de marketing 360º

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A cultura do SEO e o futuro do marketing digital em constante atualização

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*Marcos Alonso

Não é novidade que há um aumento de investimento no marketing digital nos últimos anos, registrando recentemente, aumento de 85% nos próximos cinco anos, segundo líderes entrevistados de 60 empresas da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru.

Inicialmente, por conta da migração de investimentos publicitários de canais tradicionais, como TV, revistas e jornais, para a área digital. Com o tempo, as ações se diversificaram ampliando as possibilidades de investimento em estratégias e ferramentas. Junto, há um aumento do custo de mídia em si, já que há mais gente competindo por mais atenção. Por outro lado, a profissionalização também pressiona estes custos pois envolvem profissionais e agências/consultorias especialistas nas diversas áreas do marketing digital para garantir o alcance dos resultados almejados.

Eu considero que o SEO é uma das ferramentas mais importantes pois promove ativos para a empresa, em que cada página gera tráfego e passa a comunicação correta, ocasionando resultados sem a necessidade de esforços contínuos sobre ela. Com o passar do tempo, são criados diversos destes ativos, o tráfego e resultados do site passam a ser mais estáveis, sem grandes picos ou depressões. Além disso, é um tráfego independente de outras plataformas e seu negócio não fica refém de políticas ou mudanças de regras, como pode acontecer nas plataformas da Meta ou até do Tik Tok.

Uma pesquisa recente mostra que 94% das empresas definiram a estratégia do marketing digital para o crescimento da marca, em que a produção de conteúdo é a principal ferramenta para atingir resultados. Com possibilidades infinitas como e-mail marketing, influenciadores, propagandas via diversas plataformas como Google e Meta Ads, inbound marketing e, obviamente o SEO, é possível gerar muitos indicadores de resultados em que é muito fácil se perder.

Notando ruídos na comunicação interna das empresas na área,  entendo ser fundamental, além das atualizações digitais, colocar o cliente no centro da tomada de decisões, criando nele uma cultura de SEO, trazendo as informações e estratégias para dentro da empresa para que todos participem ativamente da melhoria constante do site. Isto envolve treinar e educar o cliente das boas práticas de SEO, agir com liberdade e levar ao cliente oportunidades identificadas e trabalhar com foco na otimização contínua, baseada nos resultados das ações realizadas para comemorar vitórias e entender razões de insucesso.

Sendo um mercado que está em constante mudanças, 2024 promete grandes acontecimentos no digital. A IA chegou e mostra que pode ajudar em várias frentes e é uma ferramenta que facilita alguns processos. Mas ainda acredito que a humanização na comunicação é fundamental no desenvolvimento de conteúdos, definição de estratégias, acompanhamento e interpretação de resultados. Se deve ter um cuidado a mais na IA para gerenciamento de campanhas. Para campanhas médias e pequenas, com verba reduzida, nossa experiência é que quanto maior a automação, menos confiáveis os resultados.

Além disso, acredito que o foco direcionado em diferentes gerações, social commerce, chatbots e voicebots, conteúdo de áudio, short vídeos, entre outras ferramentas estarão em ascensão em 2024. Também aposta no Data Driven, uma das tendências do marketing, que tem seu conceito na gestão orientada na análise de dados para atingir cada público-alvo. Vai ficar cada vez mais difícil ganhar um posicionamento bom para páginas e palavras-chave porque a quantidade de conteúdo sobre qualquer assunto ou produto, já é enorme, imagine daqui a 5 anos. A importância de estabelecer essa cultura de SEO na empresa, estimulará resultados mais sólidos e crescentes.

*Marcos Alonso -Fundador da Curacautin, consultoria especializada em SEO, performance e marketing digital.

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